"Te escrevo porque não posso te encontrar e mesmo se pudesse não conseguiria expressar em palavras metade do que eu sinto. O que eu tenho para dizer é muito, o que eu sinto é mais ainda. Nunca pensei que viveria de saudade e cá estou submerso num rio congelado onde não há saída. Resta me afogar. Enfim me entrego. Não resisto mais. As forças que eu tinha foram inúteis tentando te tirar da minha vida e hoje finalmente se esgotaram. Me resta aceitar. Aceitar que você foi feita para ficar. E mesmo indo você está aqui porque não me permiti te soltar. O que me resta é fechar os olhos e deixar que esse peso amarrado a mim me leve cada vez mais fundo nesse rio."



Aprendi da maneira mais dolorosa que amar é libertar. É querer o sorriso sendo você o motivo ou não. É querer paz para o outro porque isso te traz paz. Amar e desapegar mas montar um ninho dentro de você para que na hora certa o amado se achegue e goste de ficar. Porque ninho não é gaiola, é abrigo, é lar, é aconchego. É quente e é sincero. Amar é desprender-se do egoísmo e principalmente não cobrar amor de volta. Amar é "quero que você seja feliz" da forma mais pura possível. Porque amar é genuíno e merece cuidado. Amar é dar sossego e paz. Na hora certa. E na hora certa deixar ir. Porque quando o ninho estiver pronto, basta paciência para que o pássaro maduro volte e veja que o amor não prende, mas não dá vontade de ir embora.

Raphaela Pacheco