Engraçado como as pessoas mergulham de cabeça umas nas outras sem medo de se afogar por serem tão fundas ou de bater a cabeça no fundo por serem tão rasas. Incrível a capacidade que duas pessoas tem de se misturar tão fácil como água e álcool, e como depois de um tempo é impossível dizer qual é qual.
O problema é que depois de um tempo você não sabe mais que parte de você é você e que parte é a outra pessoa. Impossível saber. O problema é não saber até que ponto aquilo é problema seu, ou é da outra pessoa. Ou de nenhum dos dois.



Encontrar a própria essência é uma tarefa árdua, complicada, um processo longo e interminável. E sempre que estamos nesse processo, alguém vem e bagunça tudo.. Faz-nos perder e.. Onde estávamos mesmo?
E assim, tudo de novo. Novas manias, gostos, tons. "Quem sou mesmo? Eu gosto disso ou eu aprendi a gostar?"
Até que ponto perdemos nossa identidade e até que ponto criamos outra? Será que as pessoas nos fazem descobrir uma parte nossa que não conhecíamos ou implementam e podam partes em nossa essência?

Envolver alguém em nossas vidas é algo tão íntimo, profundo e sério. E é tão importante estarmos de acordo com nosso eu interior e limpos de alma para começar uma nova relação. Chegar chutando o balde, todo contaminado, cheio de vícios dos antigos relacionamentos é tão tóxico que nos faz como água e óleo. Todo novo relacionamento é uma folha com linhas e é tão mais gostoso escrever em folhas limpas, sem marcas de borracha ou corretivo para passarmos a caneta por cima.

É importante lembrar que a outra pessoa também tem seu passado, mas que ele tá lá.. No passado e que o que aconteceu não volta mais e não há como mudar. Então porque remoemos uma coisa que não está ao nosso alcance e não nos preparamos para receber novas visitas? Arrumamos a cama, abrimos as cortinas e fazemos aquele prato novo que aprendemos na TV pra começar uma nova etapa e aí sim "Seja bem vindo ao meu eu".





Deixe um comentário